@MASTERSTHESIS{ 2014:297292970, title = {Violência na escola e sofrimento psíquico de professores : uma análise das práticas profissionais, de orientação psicanalítica}, year = {2014}, url = " https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/handle/123456789/775", abstract = "Os fundamentos desta pesquisa se assentam em pressupostos teóricos e dados empíricos, problematizados à luz da Psicanálise, que tentam elucidar o fenômeno da violência na escola e seus efeitos na saúde mental e física do professor. A compreensão do conceito de violência neste trabalho se sustenta na base teórica e epistemológica da Psicanálise freudo-lacaniana. A violência na escola é apresentada como uma possibilidade sempre presente no ser humano e pode ser pensada como a expressão subjetiva de um intenso mal-estar interior, com a exteriorização de pulsões que comparecem de modo violento e que o sujeito não consegue simbolizar. Dessa forma, a palavra pode ser substituída pela passagem a atos violentos. A violência, o mal-estar e o sofrimento permeiam o ambiente escolar nos dias de hoje, afastando cada vez mais o prazer que pode acontecer no ato de ensinar e de aprender. A pesquisadora escutou ao longo de aproximadamente 3 meses, um grupo de professores por meio do dispositivo da escuta clínica e da análise das práticas profissionais de orientação psicanalítica, no intuito de avaliar o alcance do dispositivo e compreender melhor a violência no ambiente escolar. Pela escuta dos professores, foi possível apreender como o mal-estar suscitado pelo problema da violência na escola mobiliza os docentes subjetivamente e os obriga a lidar com conteúdos da ordem do recalcado, de representações inconscientes, como as da pulsão de agressividade e do desamparo, que atravessam os laços com os alunos. Os professores relataram experiências difíceis de manejar, como a violência simbólica na relação com os estudantes adolescentes, os impasses do ato educativo, a desqualificação da ação docente e a perda da autoridade, a entrada da marginalidade na escola, a indisciplina dos alunos e outras vivências de natureza conflitiva que levaram os professores a desenvolver sintomas e estratégias de defesa face à angústia provocada pelo quase esvaziamento do desejo de educar. Foram apresentadas as quatro modalidades discursivas propostas por Lacan, com destaque aos discursos do Mestre e da Histérica, que indicavam as diferentes posições subjetivas que marcavam as modalidades discursivas dos professores relativas ao gozo, à relação com o Outro e com os outros, colegas, estudantes, gestores, no estabelecimento dos laços sociais, na escola. Os resultados apontam, ainda, para a eficácia da utilização do dispositivo de análise clínica das práticas profissionais, pois o trabalho com a palavra proporcionou o efeito de perlaboração, pela fala e escuta dos professores no grupo, mediante a transferência. Por fim, constatou-se que a escola é produtora dos próprios mal-entendidos, mas que existe a possibilidade de circular, na escola, uma modalidade discursiva que faz apelo ao saber não-todo, ao Mestre inacabado, castrado, cujo discurso é capaz de sustentar práticas que não visem à sutura do real, mas ao contrário, ao reconhecimento do (im)possível da educação e do estudante como sujeito de desejo.", publisher = {Universidade Católica de Brasília}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Educação} }